262 Anos de História

  • 75,6 metros
  • 31 anos
  • + 2 mil peças
  • +1.500.000
  • 225 degraus
  • + 9,9 toneladas
  • 49 sinos
  • 6 andares
  • Altura
  • Tempo de construção
  • Peças do Acervo
  • Visitantes por ano
  • Degraus
  • Peso dos Sinos
  • Carrilhão
  • Andares

Nicolau Nasoni

Artista, decorador e arquitecto italiano, considerado um dos significativos arquitectos da cidade do Porto.

Nicolau Nasoni nasceu em San Giovanni Valdarno a 2 de junho de 1691. Passou a sua adolescência na cidade natal, onde o seu amigo e mestre Vincenzo Ferrati lhe descobre grande potencialidade como desenhador. Decidiu levá-lo para Siena e ofereceu-lhe a oportunidade de trabalhar como aprendiz, o que lhe permitiu evoluir a nível artístico e social.

Em 1722, Nasoni parte para Malta onde realizou os frescos do salão nobre da Cancelleria do Sobrano Ordem de Malta (atual Instituto Italiano da Cultura) e pintou a abóbada no albergue da Ordem dos Cavaleiros (atual Museu Arqueológico Nacional de La Valletta), bem como os frescos da Catedral de São João Baptista. Deste período, destaca-se o enorme ciclo pictórico das galerias do Palácio do Grão-Mestre de Malta, à época, ocupado pelo português Dom António Manuel de Vilhena.

Nasoni chegou a Portugal, em setembro de 1725, como responsável pela renovação estética da sacristia e da capela-mor da Sé do Porto. Tinha 34 anos. Nesta obra, o pintor que trouxe para Portugal a novidade da quadratura, demonstra com mestria a técnica da pintura em perspetiva ilusionista.

A partir de 1731, com o projeto para a igreja e torre dos Clérigos, a figura de Nasoni pintor dá lugar, definitivamente, à figura de Nasoni arquiteto e projetista.

Nicolau Nasoni superou-se em duas grandes artes: a arquitetónica e a pictórica. No norte de Portugal, e principalmente no Porto, projetou inúmeros edifícios religiosos e civis, que ainda hoje marcam o panorama arquitetónico da cidade.

A Irmandade reconheceu o tempo e o trabalho que Nasoni lhe dedica, e admitiu-o como irmão a 18 de maio de 1743.

A 30 de agosto de 1773, Nasoni morre aos 82 anos, assistido pela Irmandade dos Clérigos como pobre. Nasoni foi sepultado nos Clérigos, julga-se debaixo do altar-mor da Igreja*.

* Aqui encontra-se o carneiro ou cripta, descoberta por um eletricista durante as obras de 2014. É um espaço de pequenas dimensões com cerca de quatro metros por cinco, ao qual se acede por uma tosca escada. No seu interior estavam caixões parcialmente desfeitos e cerca de 26 indivíduos, dos quais 12 homens, 6 mulheres, 6 crianças e um adolescente. Dos 12 homens, 4 são compatíveis com a identificação Nasoni. As restantes ossadas foram colocadas em urnas construídas propositadamente e devolvidas à cripta, depois da sua limpeza e desinfestação.

IGREJA DOS CLÉRIGOS Fonte: https://hdl.handle.net/10405/1078
IGREJA DOS CLÉRIGOS
Fonte: https://hdl.handle.net/10405/1078

Principais Obras de Nicolau Nasoni:

I
Pinturas da Catedral do Porto, Porto
1725-1739
II
Igreja, enfermaria e torre da Irmandade dos Clérigos, Porto
1732-1763
III
Galilé da Catedral do Porto, Porto
1734 – 1736
IV
Paço Episcopal, Porto
1734
V
Pinturas Catedral de Lamego, Lamego
1733-1738
VI
Portal da Quinta dos Bispos, Matosinhos
1737
VII
Chafariz de S. Miguel ou do Anjo do Porto, Porto
1738
VIII
Chafariz do Santuário de Nossa Sra dos Remédios, Lamego
1738
IX
Fachada da Igreja do Senhor Bom Jesus, Matosinhos
1738 – 1747
X
Casa de Mateus, Vila Real
1739 – 1744
XI
Casa Museu Guerra Junqueiro, Porto
1740
XII
Palácio do Freixo, Porto
1742 – 1750 (ca.)
XIII
Casa e jardins da Quinta da Prelada, Porto
1743 – 1746
XIV
Chafariz do Passeio Alegre, Porto
1743 – 1758
XV
Casa de Ramalde, Porto
1746
XVI
Fachada da Igreja da Misericórdia do Porto, Porto
1749 - 1750
XVII
Igreja de Santiago de Bougado, Trofa
1754

Arte Barroca nos Clérigos

Detalhe da Urna da Quinta
Feira Santa. Peça desenhada
por Nicolau Nasoni.
Detalhe da peça
‘Ecce Homo’, Séc.
XVII – XVIIII. Autor
desconhecido.

Em Portugal, a arte barroca imperou entre finais do século XVII e meados do século XVIII.

O barroco rompe um dos conceitos deixados pelo renascimento, movimento cultural que defendia a primazia da razão sobre a emoção. O barroco é uma arte de contrastes que também se desenvolveu como forma de recuperar os crentes divididos pela Reforma, e consolidar a sua fé, impressionando-os, pelos sentidos e emoções, levando-os deste modo a elevar a sua devoção a Deus.

A arquitetura dos Clérigos caracteriza-se pela irregularidade e exagero das formas que originam um efeito cénico surpreendente. Salientam-se as plantas irregulares, as fachadas onduladas, realçadas por uma contraposição de saliências, sacadas e reentrâncias, arcos interrompidos, e uma grande profusão de variadas janelas, complementadas pela exuberante torre sineira. A fachada da Igreja, principalmente a empena, integra um belo trabalho decorativo, sendo talvez a linguagem mais barroca presente em todo o edifício, na qual Nasoni combina linhas retas com linhas semicirculares, decorando-a com motivos ornamentais e simbólicos, entre os quais cartelas, grinaldas, festões, volutas, feixes vegetalistas, jarrões e fogaréus.

Música
e Arquitetura

Em Portugal, a arte barroca imperou entre finais do século XVII e meados do século XVIII.

O barroco rompe um dos conceitos deixados pelo renascimento, movimento cultural que defendia a primazia da razão sobre a emoção. O barroco é uma arte de contrastes que também se desenvolveu como forma de recuperar os crentes divididos pela Reforma, e consolidar a sua fé, impressionando-os, pelos sentidos e emoções, levando-os deste modo a elevar a sua devoção a Deus.

A arquitetura dos Clérigos caracteriza-se pela irregularidade e exagero das formas que originam um efeito cénico surpreendente. Salientam-se as plantas irregulares, as fachadas onduladas, realçadas por uma contraposição de saliências, sacadas e reentrâncias, arcos interrompidos, e uma grande profusão de variadas janelas, complementadas pela exuberante torre sineira. A fachada da Igreja, principalmente a empena, integra um belo trabalho decorativo, sendo talvez a linguagem mais barroca presente em todo o edifício, na qual Nasoni combina linhas retas com linhas semicirculares, decorando-a com motivos ornamentais e simbólicos, entre os quais cartelas, grinaldas, festões, volutas, feixes vegetalistas, jarrões e fogaréus.

Órgão de Tubos da Igreja dos Clérigos, lado do Epístola.
Interior da Igreja dos
Clérigos, capela e altar-mor.

O complexo da Igreja, Museu e Torre dos Clérigos é acessível a pessoas com mobilidade condicionada.

No dia 3 de dezembro de 2015, a Torre dos Clérigos inaugurou o percurso acessível e um espaço que simula a magnífica vista da Torre dos Clérigos, destinada a pessoas com mobilidade condicionada. A escassos dias do aniversário da Torre dos Clérigos, este foi um momento histórico na longa vida do Ex-Líbris do Porto, uma vez que este novo espaço, caracterizado por ser um posto de perceção multissensorial, simula a experiência de subida à Torre, agora acessível e disponível a todos os nossos visitantes. Pode, finalmente, comemorar-se a união entre Património, Culto, Cultura e Inclusão.

Ver notícia completa