Conjunto Arquitetónico Clérigos
O conjunto arquitetónico Clérigos é local de visita obrigatória para todos os que visitam a cidade do Porto.
Localizado no centro histórico do Porto, Património da Humanidade da UNESCO, o conjunto arquitetónico dos Clérigos é um um dos pólos de maior atração turística da cidade do Porto e de Portugal.
A Igreja e a Torre integram uma edificação do século XVIII, mandada construir pela Irmandade dos Clérigos. Nicolau Nasoni, o autor do risco do projeto, conseguiu criar um edifício de referência que pela sua grandiosidade foi classificado Monumento Nacional em junho de 1910.
A reabertura deste conjunto no dia 12 dezembro de 2014, precisamente 251 anos depois da sua inauguração, totalmente recuperado e musealizado, devolveu à cidade do Porto o seu ex-líbris com o mesmo esplendor do século XVIII. O espaço intervencionado rondou os 4.500 metros quadrados, foram instalados 13Km’s de cabos elétricos, gastos 60Kg’s de algodão, 140 mil folhas de ouro na igreja. Os Clérigos têm agora a tradição e modernidade, e a cultura e culto de mãos dadas. É a combinação perfeita de ARTE, FÉ, MÚSICA E PORTO!
A Torre
No ano de 1753, a pedido da Irmandade dos Clérigos, o arquiteto italiano Nicolau Nasoni apresentou o projeto para uma torre sineira, e em 1754 arrancariam as obras daquela que viria a ser a mais bela e altaneira Torre, dominando toda a paisagem urbana do Porto. Em julho de 1763, com a colocação da cruz de ferro no topo, e a imagem de São Paulo no nicho sobre a porta, deu-se por finalizada a sua construção.
As características barrocas que a definem são a expressão máxima da espetacularidade do barroco, onde os motivos típicos deste estilo, dão à torre movimento e beleza. Numa perspetiva a 360°, o visitante usufrui de um momento único, quer de dia ou de noite, quando em épocas especiais, a torre abre as suas portas até às 23h00.
Do topo, espera-nos uma deslumbrante vista sobre duas cidades abraçadas pelo rio Douro, Porto e Vila Nova de Gaia. Emblema da cidade do Porto, este monumento é o primeiro projeto documentado de arquitetura do artista italiano Nicolau Nasoni, mas, sobretudo, o que mais projeção conhece. Por lá passam mais de 1.500.000 pessoas por ano, o que identifica este monumento como um dos mais visitados em Portugal.
- 6Nº DE ANDARES
- 75Metros de altura
- 225Degraus até ao topo
O Museu
Instalado nas antigas dependências outrora privadas da Irmandade dos Clérigos, o Museu dos Clérigos apresenta um acervo rico constituído por bens culturais de valor artístico considerável, do século XIII até ao século XXI que se pode contemplar através das coleções de pintura do século XVII e XVIII, de mobiliário, de ourivesaria, na sua maioria, produzida por notáveis ourives portuenses, de escultura, e arte têxtil.
Este acervo foi constituído, na sua maioria, por legados deixados à Irmandade dos Clérigos, por aquisição e outras ofertas, sendo que as proveniências geográficas centram-se essencialmente em centros de fabrico nacionais, mas existem peças oriundas de outros países.
O Museu da Irmandade dos Clérigos, integra a Rede Portuguesa de Museus, desde 28 de agosto de 2018.
Coleção Christus
Esta exposição, concebida a partir da doação de uma coleção por parte de um colecionador particular em 2015, revela a paixão pelo colecionismo, e conta uma história complementada com objetos, outrora de devoção, considerados hoje legados culturais de interesse. São peças de escultura de vulto, pintura e ourivesaria que enaltecem o encontro da arte com a fé. A exposição, distribuída por três salas – Núcleo da Paixão, Viagem das Formas e Imagens de Cristo – convida a uma viagem pelo tempo e pelo espaço, pela imagem e pela devoção.
Em 2022, com o objetivo de dar a conhecer a todos a história da Irmandade dos Clérigos e dos seus principais presidentes bem como o acervo adquirido mais recentemente, nasceu um novo espaço - a sala “Legado dos Presidentes”. Aqui, o visitante poderá apreciar objetos exclusivos, entre os quais, uma belíssima Torre dos Clérigos em filigrana de prata, uma arte milenar no Norte de Portugal, e a pintura “Vista do Porto” realizada pela mão do compositor do hino de Portugal, o português Alfredo Keil (1850 – 1907).
No Museu dos Clérigos, apresenta-se ainda, um outro espaço dedicado a exposições temporárias onde diferentes artistas da área da escultura, da fotografia, da cerâmica, entre outras, expõem as suas obras.
Pretende-se deste modo proporcionar uma experiência completa e única a todos os que visitam a Torre, Museu e Igreja dos Clérigos.
Aqui, o visitante poderá apreciar objetos exclusivos, entre os quais, uma belíssima Torre dos Clérigos em filigrana de prata, uma arte milenar no Norte de Portugal, e a pintura “Vista do Porto” realizada pela mão do compositor do hino de Portugal, o português Alfredo Keil (1850 – 1907).
No Museu dos Clérigos, apresenta-se ainda, um outro espaço dedicado a exposições temporárias onde diferentes artistas da área da escultura, da fotografia, da cerâmica, entre outras, expõem as suas obras.
A Igreja
A doação de um terreno, localizado no Campo do Olival, à época o maior terreiro portuense, permitiu à Irmandade dos Clérigos construir igreja própria. O projeto da Igreja dos Clérigos, de autoria de Nicolau Nasoni, foi aprovado na reunião da Irmandade dos Clérigos, em dezembro de 1731. As obras arrancaram em abril de 1732, com a abertura dos alicerces, iniciando-se assim a construção daquela que viria a ser a primeira igreja em Portugal com planta oval. E não só. A galeria que circunda toda a nave, possibilitando observar a igreja no seu todo, é também uma característica singular deste templo. As várias janelas existentes permitem a entrada de luz, que realça o esplendor da talha dourada, presente na igreja, criando um belo jogo de cores com o mármore.
A cúpula ostenta o brasão de armas da Irmandade dos Clérigos, em granito fingido, e assenta sobre seis pilastras, destacando-se dois púlpitos e duas grades, os exemplares mais antigos de talha dourada na igreja, e se abrem quatro altares laterais: o do Santíssimo Sacramento, Nossa Senhora das Dores, Santo André Avelino e São Bento. Dezassete anos depois, em 1749, a edificação da igreja era dada como concluída, mas o seu apetrechamento, e mais tarde, a ampliação da capela prolongariam por mais uns anos as obras na igreja.
Ao fundo, a espaçosa capela-mor de forma retangular oblonga (mais comprida que larga), é embelezada com um altar de mármore e um retábulo de inspiração rococó, com risco de Manuel dos Santos Porto, no qual predomina um trono coroado pela imagem da padroeira, Nossa Senhora da Assunção. Nos flancos do retábulo, destacam-se os co-padroeiros da Irmandade dos Clérigos, São Pedro ad Vincula e S. Filipe Néri, duas esculturas de madeira pintadas. A capela-mor é ladeada pelo cadeiral e pelos dois órgãos de tubos ibéricos ou "à portuguesa", cuja construção iniciou em simultâneo, decorria o ano de 1774. O cadeiral terminaria em 1777 e os órgãos apenas dois anos depois.
A obra revelou-se muito dispendiosa e complexa e durou até 1779. As características dos órgãos ibéricos aplicam-se a um modelo de órgão desenvolvido na península ibérica, sobretudo durante os séculos XVII e XVIII e distinguem-se de outros órgãos por terem uma composição de trombetas disposta horizontalmente.
As consolas onde se apoiam são de mármore, envolvidas por complexas molduras, claramente estilo rococó. O órgão da parede norte possui o emblema da lua, e o sol surge no que lhe fica de frente, expressando-se assim a ideia de totalidade e absoluto, o dia e noite, o alfa e ómega. O Sol e a Lua também são símbolos marianos: Virgem Maria é “Brilhante como o sol” e “Bela como a Lua”.
Após o restauro de 2014, estão totalmente funcionais, com destaque para o Concerto de Órgão de Tubos, que acontece diariamente pelas 12:00 (às quartas-feiras, estes concertos são transmitidos pela Página Oficial do Facebook).